O mundo está pegando fogo, o Oriente Médio aparece mais uma vez como centro de disputa do poder mundial. A chamada “primavera árabe” trouxe mais disputas e incertezas e acentuou um vazio institucional consequente do imperialismo que incide na soberania dos povos da região.
As disputas entre Irã e EUA/Israel preveem um grande
conflito militar, que pode se espalhar pela região e pelo mundo. A Síria, esfacelada por disputas étnicas construídas por divisões geográficas nacionais delimitadas pelo colonialismo, é a bola da vez, mas há muito mais por trás das
causas humanistas para atacar o país dos Assad. Os países da OTAN cometeram e
ainda cometem diversos crimes de guerra, o uso de armas químicas pode ser uma
bela desculpa, mas direitos humanos nunca foi motivo real pra intervenção
militar do Ocidente. Enquanto não se sabe ainda quem usou armas químicas quando, já que os "rebeldes" também as possuem, a guerra moralista contra os bárbaros já foi declarada.
A situação assim se coloca: um ataque à Síria levaria à uma
resposta imediata contra Israel, por ser o maior aliado do Ocidente na região e
um inimigo antigo, a entrada de Israel no conflito acirra a disputa sionista
com palestinos e iranianos e desse modo uma guerra complexa.
Rússia e China há algum tempo se incomodam com a política
intervencionista dos EUA, principalmente quando é auferida perto das suas
fronteiras como é o caso. Não é claro qual será a atitude desses países frente
à intervenção na Síria, mas o silêncio é uma alternativa pouco provável podendo
haver retaliações aos países agressores em outros campos e envio de mais armamentos
à Síria e outros países.
Alguns, como Daniel Cardoso do blog politica externa, falam em “WW3”, tendo o Oriente Médio como disputa inicial. Essa teoria parece fantasiosa e tenebrosa, mas não
impossível, atento também para minha teoria que o Líbano sempre se fode, o problema
dos vizinhos destrói o país da então Paris do Oriente há muito tempo e assim
está se repetindo. É possível a escalada de uma guerra extensa e o Brasil,
assim como fez ao buscar um acordo entre o Ocidente e o Irã sobre o
enriquecimento de urânio deve se posicionar mais uma vez pelo diálogo e
criticar aqueles que preferem o uso da força para solucionar disputas internacionais. A elogiada política externa de Lula e Celso Amorim que transformou a imagem do país ao redor do mundo e legitimou a emergência do Brasil como potência tem que voltar a pauta, principalmente depois desse desastre engomadinho chamado Antonio Patriota ter sido finalmente sacado da chancelaria.
Abaixo deixo um mapa do blog politica externa
que faz parte de uma série sobre a escalada de uma terceira guerra mundial e
sugere as possíveis alianças, sendo a aliança em volta do Irã em verde, OTAN e
simpatizantes em amarelo, em azul os que podem tender pros dois lados e os
neutros em branco. A imaginação propicia um jogo de possibilidades com o sistema internacional, quase uma partida de War Fica também a recomendação de duas emissoras de tevê que tem
uma ampla cobertura da região e disponibilizam transmissão ao vivo de graça: Al Jazeera e Russia Today.